Frigoríficos: Um olhar no ambiental
Acompanhe a carta do Gestor de Outubro de 2020 – FRAM Capital HANSSEN ESG FIA – que examina os efeitos das proteínas animais para o aquecimento global.
“A preocupação com o clima não é novidade para ninguém, como também não são novos os principais vilões dessa historia. Portanto, não pretendemos aqui voltar a discutir o desmatamento da Amazônia. O tema que gostaríamos de abordar é a poluição por emissão de gases por animais utilizados para a alimentação humana. Vamos examinar os efeitos das
proteínas animais para o aquecimento global.
O maior emissor de gases é a proteína de carne vermelha. O gado é ruminante, e em função das fibras ingeridas, solta gás metano, um gás que fica na atmosfera entre 50 e 200 anos e equivale a 20 unidades de CO2. Aqui cabe uma ressalva: O gado brasileiro, diferentemente dos Estados Unidos, em sua grande maioria é de pasto, com o confinamento respondendo por apenas entre 10 a 12% do total de bovinos abatidos no país. A importância neste dado está no fato do pasto sequestrar carbono, diminuindo assim o efeito estufa provocado pelo gado brasileiro.
Mas vejamos se é o suficiente: Um boi, durante a sua vida, elimina algo entre 70 kg e 120 kg de metano por ano. A atual população mundial de gado é de aproximadamente 988 milhões de cabeças. Ou seja, o atual rebanho solta aproximadamente 95 milhões de toneladas de metano por ano o que equivaleria a aproximadamente 1,8 bilhão de toneladas de CO2. Em 2017 a emissão total de CO2 no mundo foi de 36,6 bilhões de toneladas (a agreeneworld.org discute que essa comparação não é totalmente valida, pois, o efeito do metano sobre a temperatura mundial é diferente da de CO2, uma vez que o metano não é cumulativo).
A Índia responde por 30% do rebanho de gado mundial, com 303 milhões de cabeças. É importante lembrar que a vaca é sagrada naquele país e que a maior parte da população é vegetariana. Portanto, grande parte do rebanho é de gado de leite, um animal que vive em média 6 a 10 anos. Calculamos uma emissão de aproximadamente 29 milhões de toneladas de metano sem a contrapartida do sequestro de CO2. A indústria de carnes da Índia tem se
desenvolvido no passado recente o que deve melhorar parcialmente a emissão de metano. A organização da indústria e provável melhora na alimentação dos animais devem levar a uma redução da emissão do país.
O segundo maior rebanho está no Brasil, com 244 milhões de cabeças aproximadamente, dos quais 17% de vacas leiteiras. Portanto, o gado brasileiro, alimentado principalmente em pastagem, emite cerca de 463 milhões de toneladas equivalentes de CO2 por ano. Por outro lado, as pastagens, bem manejadas, conseguem sequestrar 3 toneladas de CO2 por hectare por ano.
É possível manter 8 animais por hectare de pastagem bem manejado. Sendo assim, para o rebanho brasileiro existe a necessidade de 30,5 milhões de hectares que sequestram 91,5 milhões de toneladas por ano de CO2, ou seja, ainda um déficit de 372 milhões de toneladas por ano. Existem estudos que dizem que é possível diminuir a emissão de metano através de uma
alimentação menos dependente de fibras em cerca de 34% o que diminuiria a diferença entre emissão e sequestro em 43%. Vale ressaltar que nem todo o gado brasileiro está em pastagens bem manejadas, o que significa que o déficit real deve ser maior.
O rebanho americano, de 95 milhões de cabeças, é o terceiro maior do mundo e é 100% confinado para engorda, o que ocorre entre o sétimo e nono mês de vida do animal. O gado confinado se alimenta principalmente de feno suplementado por grãos, principalmente soja.
Essa alimentação assegura um peso maior, necessitando um menor número de animais para o mesmo consumo. Isso fez com que houvesse uma redução no rebanho americano (de 132 milhões de cabeças em 1976 para os atuais 95 milhões de cabeças, a mesma quantidade que em 1960) mantendo a emissão de metano estável nos últimos cinquenta anos.
Olhando para a cadeia dos suínos e aves o problema é muito menor, uma vez que não são ruminantes. Um suíno emite cerca de 1,5 kg de metano por ano. O tamanho do rebanho mundial é de aproximadamente 678 milhões de animais, com quase a metade na China (cerca de 310 milhões de animais). Ou seja, o rebanho mundial de suínos emite aproximadamente o
equivalente a 3,5% do dióxido de carbono emitido anualmente pelo gado.
Existem estudos para redução através da substituição de esterqueiras por biodigestores, o que reduziria a emissão de gases em aproximadamente 53%.
Já para as aves o metano emitido está ligado principalmente aos dejetos. Comparando frango com boi, a proporção é de 0,2% de emissão do frango em relação à emissão do boi. Por outro lado existem muito mais aves do que cabeças de boi, o que eleva essa proporção para cerca de 10%, ainda considerado baixo na comparação. Como para os suínos, a solução está nos
biodigestores.
Portanto, enquanto a proteína de carne vermelha emite algo em torno de 4,9% do total de CO2 jogado na atmosfera por ano, suínos e aves representam 0,7% do total da emissão mundial. A estratégia traçada para a carteira de ações do Fundo Hanssen ESG está baseada na continuidade do crescimento do consumo interno, mesmo após o fim da ajuda emergencial.
O consumo de alimentos deve continuar forte em especial com a provável redução de demanda por eletro eletrônicos (muito forte no inicio da pandemia). O câmbio projetado para o final do ano é de R$5,45/US$, o que beneficia exportadoras. Dentro dessa estratégia os frigoríficos se
destacam. Assim sendo, investimos em BRF, a empresa do setor que tem o menor efeito perverso sobre as mudanças climáticas, uma vez seu principal produto é o frango seguido pelo porco.”
Fonte:https://www.linkedin.com/feed/update/urn:li:activity:6731620124589088768
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